Um mergulho nas fazendas marinhas

Descubra como a maricultura é uma aliada da natureza!

Ilustração Walter Vasconcelos

Você deve saber que os legumes e as verduras que encontramos à venda em supermercados vêm da agricultura e quase sempre são cultivados em grandes fazendas. O mesmo acontece com a carne de boi, de porco e de frango – quase sempre são de animais criados em grandes fazendas. Mas sabia que também existem fazendas no mar?

As fazendas marinhas promovem o cultivo e a criação de seres marinhos. O nome dessa atividade econômica é aquicultura – ou mais especificamente maricultura, por se tratar de cultivos no mar. E para cada tipo de organismo cultivado existe um nome específico, por exemplo: a criação de peixes é a piscicultura; a de moluscos, malacocultura; a de mexilhões, mitilicultura; a de crustáceos, carcinicultura; a de ostras, ostreicultura; a de vieiras, pectinicultura; e a de algas (ufa!!!), algicultura.

O bom das fazendas marinhas é que elas ajudam a reduzir a extração de recursos marinhos da natureza, que muitas vezes acontece sem dar tempo da população de uma determinada espécie se recuperar do excesso de pesca, por exemplo, e crescerem naturalmente para manter
a sua população.

Mas afinal, quais espécies são produzidas nessas fazendas? Atualmente, as mais cultivadas são salmão marinho, camarão-branco do Pacífico, ostras, vôngole (ou amêijoa) e algas marinhas – como kombu, euchematoides, wakame e nori (esta é a que enrola sushis!).

Embora a maricultura seja mais comum em países da Ásia, onde quase metade da aquicultura mundial é produzida, no Brasil também há fazendas marinhas. É comum vê-las perto das praias, principalmente em baías protegidas e com menor circulação de turistas e embarcações. As áreas das fazendas marinhas são sinalizadas com numerosas boias, como nos estados do Rio Grande do Norte, Ceará, São Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro.

Uma maneira eficiente e sustentável de funcionar uma fazenda marinha é com o cultivo de diferentes espécies com hábitos alimentares diferentes, como macroalgas, mexilhões, camarões e peixes. Por exemplo: as macroalgas fazem fotossíntese e necessitam de nutrientes para crescer, esses nutrientes podem ser captados dos rejeitos (sobras de alimentação e fezes) de mexilhões, camarões e peixes; por sua vez, mexilhões, ostras, vieiras e camarões podem se alimentar dos rejeitos de peixes e da sobra da ração usada para alimentá-los, que geralmente fica na água do mar. Assim, os rejeitos de cada grupo de animais podem ser aproveitados
por outros!

Gráfico Marina Vasconcelos

Não seria ótimo ter fazendas no mar que pudessem produzir diferentes alimentos como peixes, camarões, mexilhões e algas? OK.. OK… É difícil passear em uma fazenda marinha, mas podemos pensar que a existência delas permite o cultivo de diferentes organismos, aumentando a produção de alimentos e diminuindo impactos ambientais.

O Brasil, com cerca de 8 mil quilômetros de litoral e um extenso território marítimo, tem um imenso potencial para o cultivo de organismos marinhos. Será que quando crescer você vai se tornar um fazendeiro ou uma fazendeira marinha? Pense aí!


Tássia Biazon
Cátedra UNESCO para Sustentabilidade do Oceano
Universidade de São Paulo

Fanly Fungyi Chow Ho
Instituto de Biociências
Universidade de São Paulo

Matéria publicada em 29.07.2022

COMENTÁRIOS

  • Mariane Costa de Aquino 3 ano alfa

    Olá equipe chc eu não sabia dessas fazendas marinhas .Eu fiquei feliz em saber disso por que eu amo animais e fazenda . Tchau chc

    Publicado em 9 de agosto de 2022 Responder

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