Quero saber…

…por que os rios são doces e os mares salgados?

Ilustrações Walter Vasconcelos

A origem da água de rios e mares se confunde com a história de formação do nosso planeta. Há muito, muito tempo, ocorreram chuvas bem fortes na Terra, que duraram milhares de anos! Naquela época, toda a superfície terrestre foi lavada pelas águas das chuvas, que se depositavam em grandes depressões, hoje conhecidas como bacias oceânicas. Assim surgiram os oceanos, que carregavam em suas águas vários sais. Esses sais, porém, não vêm da água, mas das rochas, desgastadas pelos movimentos dos mares. Os sais, por incrível que pareça, também estão nos rios! Ué, mas os rios não são de água doce? Não é bem assim… As águas dos rios ou lagos vêm principalmente dos lençóis freáticos (depósitos de água que existem logo abaixo das primeiras camadas do solo) ou do degelo do topo das montanhas. Quando essas águas seguem um trajeto, como o curso de rios, elas diluem e carregam os sais minerais contidos nas rochas. Esses sais não ficam totalmente nos rios, afinal, a água parece doce! Como grande parte dos rios desagua no mar, nesse encontro grande parte desses sais fica nos oceanos. Já os lagos, que podem ser mais salgados ou mais doces, surgem de parte das águas dos rios, que ficam represadas nos períodos sem chuva; ou podem ser formados pelas águas das chuvas acumuladas em certa região. É o que acontece, por exemplo, com as lagoas dos Lençóis Maranhenses, no Nordeste brasileiro! Mas, assim como os rios, os lagos também apresentam vários tipos de sais minerais diluídos. Embora estejam em menor quantidade do que a de mares e oceanos, não se pode dizer que rios e lagos são totalmente feitos de água doce. Por essa você não esperava, hein?

 

Jorge Nunes
Departamento de Oceanografia e Limnologia
Universidade Federal do Maranhão

…por que não conseguimos respirar na Lua?

Antes de responder, aí vai outra pergunta: Você sabe como respiramos? Isso é importante para entender por que não daria nada certo respirarmos na Lua… A respiração dos seres humanos é chamada respiração pulmonar ou ventilação pulmonar. Isso porque ela acontece pela entrada e saída repetitiva de ar nos pulmões, quando o oxigênio do ar é aproveitado pelo nosso corpo. Sem oxigênio, não sobrevivemos! Aqui na atmosfera da Terra existe o oxigênio necessário para a nossa respiração. Mas não podemos dizer o mesmo da atmosfera da Lua… Não conseguiríamos obter todo o oxigênio necessário para respirar por lá.

Na superfície lunar existem aproximadamente 25 toneladas de oxigênio. Parece muito, mas, se considerarmos que ele está espalhado por toda a superfície, não é tanto assim… Essa quantidade poderia servir para extrair parte para a respiração de astronautas e ainda para a produção de combustível para espaçonaves, mas a tecnologia que pode tornar isso possível ainda não existe. Os cientistas têm trabalhado para que um dia ela possa ser realidade. Há ainda outros gases na superfície da Lua, mas é difícil detectar em que quantidade eles existem por lá. Enquanto esperamos por essas outras respostas, podemos aproveitar e observar a Lua de longe mesmo, iluminando a noite, principalmente quando está cheia!

 

Eder Cassola Molina
Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas
Universidade de São Paulo

…por que os peixes morrem fora da água?

Os peixes, assim como nós, precisam de oxigênio para sobreviver. Mas, grande parte deles, com algumas exceções, não tem pulmões. Por não conseguirem extrair o oxigênio do ar, não sobrevivem em terra firme. Por outro lado, os peixes contam com um sistema respiratório bem especial e interessante, que permite que eles absorvam o oxigênio presente na água. Ele é formado pela boca e por outras duas estruturas chamadas brânquias (ou guelras) e opérculos. Funciona assim: a água com o oxigênio entra pela boca dos peixes e vai até as brânquias, que têm uma função parecida à dos pulmões, mas, neste caso, para absorver o oxigênio da água. As brânquias têm pequenos filamentos que permitem que o oxigênio da água chegue à corrente sanguínea do peixe. Já os opérculos, pequenos buracos na lateral da cabeça do animal, expulsam o gás carbônico. Uma troca de gases muito parecida a que acontece em nossos pulmões! Mas, enfim, como a estrutura que permite a respiração aquática nos peixes é adaptada para assimilar apenas o oxigênio presente na água, eles não conseguem sobreviver muito tempo fora desse ambiente.

Aliás, nem na água a coisa tem sido fácil atualmente… O aumento da poluição e da degradação ambiental têm contribuído para diminuir drasticamente a quantidade de oxigênio presente em alguns ambientes aquáticos. Como resultado, grandes quantidades de peixes morrem. Por isso, manter os ambientes aquáticos limpos e com água de qualidade é essencial para que os peixes continuem respirando.

 

Márcio Luiz Vargas Barbosa Filho
Gaja Consultoria Socioambiental

Matéria publicada em 25.10.2021

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