Certa vez, um comediante perguntou na televisão se os hipopótamos “servem” para alguma coisa. Esta maneira de pensar é chamada de antropocêntrica, porque coloca o ser humano como o centro das atenções e do mundo.
Nós somos apenas uma entre milhões de espécies de seres vivos que compartilham este lindo planeta azul. É verdade que algumas espécies nos fornecem alimento, transporte, madeira e medicamentos. Mas, na natureza, cada espécie desempenha um papel no funcionamento dos ecossistemas, mesmo quando aparenta não ter utilidade para as necessidades humanas. É o caso dos hipopótamos.
Os hipopótamos são grandes mamíferos da África que pesam mais de uma tonelada quando adultos. Eles passam a noite se alimentando de grama na savana, mas se aglomeram em rios durante o calor do dia. Dentro da água os hipopótamos se refrescam, descansam e… fazem o número 2! Isso mesmo: fazem quilos e mais quilos de um cocô bem especial!
O cientista belga Jonas Schoelynck e sua equipe descobriram que as fezes dos hipopótamos são ricas em silício, um elemento químico. Este silício vem da grama que os animais comem e vai parar nos rios através das fezes. Dissolvido na água, o silício é usado para formar a parede celular de algas microscópicas chamadas diatomáceas. As diatomáceas fazem parte do fitoplâncton, a base da teia alimentar dos ambientes aquáticos, e também produzem parte do oxigênio da atmosfera.
Nas últimas décadas, a caça reduziu a população de hipopótamos na natureza e eles foram extintos de muitos rios. Sem hipopótamos, haverá menos diatomáceas nos rios africanos e nos grandes lagos onde os rios desaguam. A vida nesses ambientes aquáticos será afetada e peixes importantes para a alimentação humana podem desaparecer.
Mas este futuro trágico pode ser evitado. Proteger os hipopótamos significa preservar o equilíbrio de um ecossistema inteiro e milhares de espécies que lá habitam, incluindo os humanos.
Henrique Caldeira Costa,
Departamento de Zoologia
Universidade Federal de Juiz de Fora
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Olá, esse texto foi muito importante para nosso conhecimento. Obrigada!
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Foi bom saber 👍
Publicado em 6 de abril de 2022