Química para matar a fome

Quando uma pessoa curiosa pega um pacote de sopa em pó, as dúvidas logo pipocam na cabeça: como é possível que esse pó vire uma sopa? O que ele contém? Como foi produzido? E por que não estraga rapidamente?

Para produzir a sopa em pó, é preciso desidratar os ingredientes. (foto: kattebelletje / Flickr / <a href=http://creativecommons.org/licenses/by-nc/2.0/br/>CC BY-NC 2.0</a>)

Para produzir a sopa em pó, é preciso desidratar os ingredientes. (foto: kattebelletje / Flickr / CC BY-NC 2.0)

Para não matar você de curiosidade, vou adiantar algumas respostas! Saiba que há um processo – chamado desidratação – que permite a produção de alimentos instantâneos. A desidratação é a retirada da água presente nos alimentos. Graças a esse método, os alimentos conservam-se por longos períodos e podem ser preparados com facilidade.

Todos os alimentos contêm água. É fácil perceber que existe água em um alimento líquido, como o leite. Mas o que você talvez não saiba é que alguns alimentos sólidos apresentam grande quantidade de água também. O tomate e a alface, por exemplo, têm cerca de 90% de água em sua composição! Espantoso, não?

Em geral, quanto mais água o alimento tiver, mais facilmente ele pode estragar-se. A razão é simples: a água é indispensável para o crescimento de microrganismos, seres vivos tão pequenos que somente é possível vê-los usando um microscópio. E a presença de microrganismos no alimento pode fazê-lo estragar-se. Portanto, a desidratação tem o objetivo de conservá-lo.

Água, fora!

A desidratação pode ser feita de duas maneiras. É possível usar calor para secar o alimento ou extrair a água por meio de um processo chamado liofilização. Para secar usando calor, veja só: o alimento pode ser colocado dentro das estufas onde há ar quente circulando. É dessa forma que são obtidos, por exemplo, o tomate seco, a uva-passa, os vegetais desidratados, a banana-passa.

(ilustrações: Mariana Massarani)

(ilustrações: Mariana Massarani)

No entanto, existem processos de secagem mais aprimorados. Imagine que o alimento líquido pode ser colocado em uma câmara onde há uma corrente de ar quente no topo. As gotas de líquido são lançadas, como spray, em direção a essa corrente. Ao entrar em contato com o ar quente, a água das gotas evapora instantaneamente. Então, o alimento seco cai no chão da câmara, como pó, e é recolhido. Leite e suco em pó, por exemplo, podem ser produzidos por meio desse processo.

Também é possível usar cilindros aquecidos giratórios para secar um alimento líquido. Esse equipamento recebe sem parar uma fina camada de alimento. Ao entrar em contato com a superfície quente dos cilindros, a água evapora rapidamente em formade flocos. Essa é outra maneira usada para produzir leite em pó. Também é assim que são feitos, por exemplo, os flocos de mingau instantâneo.

Já na liofilização, a história é diferente. Não há lugar para o calor neste processo. Na liofilização, o alimento é congelado. E, por um método especial, a água que ele contém passa do estado sólido direto para o de vapor.

Como o alimento não é aquecido, conserva melhor seus nutrientes, como as vitaminas. Sua aparência também é mais parecida com a do alimento fresco. Como esse processo é mais caro, é usado apenas em produtos especiais.

Agora que você conhece os mistérios da comida instantânea, solte a imaginação. Pense quais alimentos poderiam ser desidratados e virar alimentos instantâneos!

(Esta é uma reedição do texto publicado na CHC 126)

Matéria publicada em 31.07.2014

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Luis Carlos Trugo

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