A nova estrela da floresta

O papagaio-de-cara-roxa está todo prosa! Ele é a estrela de um projeto da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental que, em 2012, instalou câmeras em ninhos para acompanhar o dia a dia da espécie. O objetivo é conhecer mais sobre a ave e, assim, ajudar a salvá-la da extinção.

O papagaio-de-cara-roxa é uma ave típica da Mata Atlântica, presente no litoral sul de São Paulo, em todo o litoral do Paraná e no litoral norte de Santa Catarina (Foto: Zig Coch)

O papagaio-de-cara-roxa é uma ave típica da Mata Atlântica, presente no litoral sul de São Paulo, em todo o litoral do Paraná e no litoral norte de Santa Catarina (Foto: Zig Coch)

Segundo a bióloga Maria Cecília Abbud, do Projeto de Conservação do Papagaio-de-cara-roxa, a filmagem nos ninhos é importante para estudar, por exemplo, a reprodução da espécie. É nos ninhos que os ovos são chocados e os filhotes recebem cuidados até darem seu primeiro voo. “Filmar os ninhos ajuda a entender, principalmente, o comportamento parental, ou seja, a relação entre os pais e os filhotes”, comenta a pesquisadora.

Confira a página do projeto, com vídeos e muito mais

As filmagens mostraram, por exemplo, que, após chocarem os ovos, os papagaios adultos ficam bastante tempo no ninho durante os primeiros 15 dias de vida dos filhotes.  Depois, vão espaçando as visitas, até que passam a ir ao ninho apenas duas vezes por dia, uma pela manhã e uma à tarde.

As imagens são gravadas em abrigos montados pela equipe do projeto na Ilha Rasa, uma região de Mata Atlântica. Os ninhos artificiais, construídos em madeira ou PVC, são usados pelas aves em lugares onde o homem interfere na mata, cortando as árvores de grande porte que normalmente seriam escolhidas pelos papagaios para montarem seus ninhos.

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Além do corte das árvores, outro problema que afeta a preservação da espécie é o tráfico de animais. Assim como outros animais silvestres, a ave é retirada do seu habitat natural para ser comercializada. “O papagaio-de-cara-roxa é muito bonito e colorido, mas as pessoas têm que entender que ele não deve ser domesticado e que a venda de animais silvestres é crime”, alerta Maria Cecília.

A notícia boa é que os esforços do Projeto de Conservação do Papagaio-de-cara-roxa têm sido recompensados. Segundo o último censo da espécie, atualmente existem cerca de 6,5 mil papagaios-de-cara-roxa no litoral de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. “O número pode variar um pouco, mas, desde o início do projeto, em 1998, a população de papagaios-de-cara-roxa só aumentou”, comemora Maria Cecília. Vamos torcer para que continue assim!

Matéria publicada em 22.04.2013

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Fernanda-Tavora

Sou curiosa até não poder mais! Gosto de conhecer diversos assuntos e, aqui na CHC, aprendo mais e mais todos os dias.

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